O projeto de lei 67/2022 iniciativa do vereador Oliveira Lima, propõe que no
âmbito do Município de Maceió, a capoeira fique reconhecida como Patrimônio de
Natureza Cultural Imaterial. Dessa forma, valorizando a modalidade e a cultura do
município.
Os bens culturais de natureza imaterial são aqueles dizem a respeito às
práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de
fazer, celebrações, formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas e em
diversos lugares que abrigam práticas culturais coletivas. São referências culturais
fundadas na tradição e manifestada por indivíduos ou grupos de indivíduos como
expressão de sua identidade cultural e social.
A capoeira ou capoeiragem é uma expressão cultural e esporte afro-brasileiro
que mistura arte marcial, dança e música, desenvolvida no Brasil por descendentes de
escravos africanos possivelmente no final do século XVI no Quilombo dos Palmares.
Caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente
chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou
aéreas. Ela se diferencia de outras artes marciais através da musicalidade, onde os
praticantes chamados capoeiristas aprendem, além de lutar e a jogar, a tocar os
instrumentos típicos e a cantar.
A Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN – Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no ano de 2008, com base em inventário
realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro. E em novembro
de 2014, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela
UNESCO – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A capoeira praticada na atualidade possui duas grandes vertentes: a angola, que
apresenta movimentos mais rasteiros e teve como principal expoente o mestre
Pastinha e a regional, que possui movimentos mais aéreos, tendo como principal
expoente o mestre Bimba. Esta última foi criada em Salvador, cidade onde foi fundada
a primeira academia de capoeira do Brasil, em 1937.
Sabendo da importância que a capoeira representa para a capital de Alagoas e
o estado, o vereador Oliveira Lima propôs o projeto de lei, pensando no
reconhecimento para a cultura de Maceió, assim valorizando a modalidade e os seus
praticantes.